ATA DA  DÉCIMA  SESSÃO SOLENE DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 28.04.1998.

 


Aos vinte e oito dias do mês de abril do ano de mil novecentos e noventa e oito reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezessete horas e trinta e nove minutos, constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada à entrega do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Ruy Carlos Ostermann, nos termos do Projeto de Lei do Legislativo nº 72/98 (Processo nº 823/98), de autoria do Vereador Fernando Záchia. Compuseram a MESA: o Vereador Luiz Braz, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor José Fortunati, Vice-Prefeito Municipal de Porto Alegre; o Senhor Bona Garcia, Chefe da Casa Civil do Estado, representando o Senhor Governador do Estado do Rio Grande do Sul; o Coronel Antônio Carlos Maciel Rodrigues, Presidente do Tribunal Militar do Estado do Rio Grande do Sul; a Senhora Maria Beatriz Gomes da Silva, Secretária Estadual da Educação; o Coronel Irani Siqueira, representante do Comando Militar do Sul; o Major Érico Barcelos Camargo, representante do Comando Geral da Brigada Militar; o Senhor Armindo Antônio Ranzolin, Diretor da Rádio Gaúcha; o Senhor José Elias Flores, Presidente do Conselho de Cidadãos Honorários de Porto Alegre; o Senhor Ruy Carlos Ostermann, Homenageado; a Senhora Nilse Ostermann, esposa do Homenageado; o Vereador Reginaldo Pujol, 3º Secretário deste Legislativo. Ainda, como extensão da Mesa, foram registradas as seguintes presenças: da Senhora Margarete Costa Moraes, Secretária Municipal da Cultura; da Senhora Dione Dick Vasconcelos, representante da Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia; do Jornalista Mário Emílio de Menezes, representante da Associação Riograndense de Imprensa - ARI; da Senhora Iara Sílvia Lucas Wortmann, Conselheira do Conselho Nacional de Educação; do Senhor Gil Soares Almeida, Diretor-Presidente da Companhia Riograndense de Artes Gráficas - CORAG; do Senhor Carlos Keller, representante do Grêmio Football Porto-Alegrense; do Senhor Antônio Dias de Melo, representante da Associação do Comércio do Mercado Público de Porto Alegre; do Senhor Milton Gehrke, representante do Sindicato das Escolas Particulares - SINEPE; do Senhor José Vieira da Cunha, Presidente da Televisão Educativa - TVE; do Senhor João Garcia, Presidente da Associação dos Cronistas; do Senhor José Aroldo Loureiro Gomes, Diretor do Departamento de Desporto da Secretaria Estadual de Educação; de colegas e amigos do Homenageado. A seguir, o Senhor Presidente convidou a todos  para, em pé, ouvirem à execução do Hino Nacional e, após, concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa.  O Vereador Fernando Záchia, como proponente da Sessão e em nome da Bancada do PPS,  relembrou episódios que marcaram o ingresso de Sua Excelência no PMDB, salientando a participação do Homenageado como incentivador desse ingresso. Elogiou a atividade parlamentar do Senhor Ruy Carlos Ostermann e ressaltou a isenção observada na atuação jornalística de Sua Senhoria. O Vereador Reginaldo Pujol, em nome da Bancada do PFL, teceu considerações acerca da vida pessoal e profissional do Homenageado, destacando a versatilidade e a noção de equilíbrio observada nas atividades por ele realizadas. O Vereador Adeli Sell, em nome da Bancada do PT, destacou ter acompanhado a carreira do Senhor Ruy Carlos Ostermann, junto aos meios de comunicação e na vida parlamentar, declarando admirar "suas posições filosóficas e a maneira como consegue acarretar reflexão naqueles que o escutam ou lêem".  O Vereador Pedro Américo Leal, em nome da Bancada do PPB, comentou a flexibilidade  encontrada  em  um  ambiente político, o que pode levar antigos oponentes a reunirem-se em torno de idéias comuns, relembrando a atuação do Homenageado junto ao Executivo Municipal.  Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou a presença do ex-Vereador Kenny Braga, integrante da equipe responsável pelo programa radiofônico "Sala de Redação", da Rádio Guaíba. O Vereador Cláudio Sebenelo, em nome da Bancada do PSDB, saudou o Homenageado, afirmando que "o melhor comentarista, a melhor crônica, a expressão pictórica na sintaxe, a mais real fantasia descritiva da arte do nosso futebol, está no Rio Grande do Sul, em Porto Alegre", sendo representada pela atuação do Senhor Ruy Carlos Ostermann. O Vereador Isaac Ainhorn, em nome da Bancada do PDT, destacou a justeza da presente Homenagem, como o reconhecimento dos porto-alegrenses pela colaboração do Senhor Ruy Carlos Ostermann para a vida política e cultural da Cidade. O Vereador Carlos Garcia, em nome da Bancada do PSB, analisou a atuação do Homenageado na área educacional, destacando a força apresentada por Sua Senhoria na expressão de seus posicionamentos e na defesa de seus ideais, seja na vida pessoal ou profissional. A Vereadora Clênia Maranhão, em nome da Bancada do PMDB, teceu considerações acerca da capacidade crítica e coerência ideológica encontrada na obra do Senhor Ruy Carlos Ostermann, afirmando que tal embasa-se, principalmente, no forte conceito de cidadania que rege a vida do Homenageado. A Vereadora Sônia Santos, em nome da Bancada do PTB,  agradeceu ao Senhor Ruy Carlos Ostermann pelo trabalho realizado em prol da comunidade, declarando ser Sua Senhoria um ser humano singular, capaz de dar vida às palavras, fazendo com que elas toquem o coração das pessoas. A seguir, o Senhor Presidente convidou  o Vereador Clovis Ilgenfritz a proceder à entrega de coleção de fotografias de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul ao Homenageado. Em continuidade, convidou o Vereador Fernando Záchia e o Vice-Prefeito José Fortunati a procederem à entrega, respectivamente, do Diploma e da Medalha referentes ao Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Ruy Carlos Ostermann, e concedeu a palavra ao Homenageado, que agradeceu o Título  recebido. Após,  o Senhor Presidente convidou os presentes para, em pé, ouvirem à execução do Hino Riograndense, agradeceu a presença de todos e, às dezenove horas e oito minutos, nada mais havendo a tratar, declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Luiz Braz e secretariados pelo Vereador Reginaldo Pujol, 3º Secretário deste Legislativo. Do que eu, Reginaldo Pujol, 3º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Damos início a esta Sessão Solene destinada a homenagear o Sr. Ruy Carlos Ostermann de acordo com o Requerimento nº 72, Processo nº 823/98, de autoria do Ver. Fernando Záchia. Convidamos, para compor a Mesa, o Vice-Prefeito de Porto Alegre, Sr. José Fortunati; o nosso homenageado, Ruy Carlos Ostermann; o representante do Governador do Estado do Rio Grande do Sul, Sr. Bona Garcia, Chefe da Casa Civil; a Sra. Nilse Ostermann; o Presidente do Tribunal Militar do Estado, Cel. Antonio Carlos Maciel Rodrigues; a Secretária Estadual de Educação, Sra. Maria Beatriz Gomes da Silva; o representante do Comando Militar do Sul, Cel. Irani Siqueira; o representante do Comando-Geral da Brigada Militar, Major Érico Barcelos Camargo; o Diretor da Rádio Gaúcha,  Sr. Armindo Antônio Ranzolin; e o Presidente do Conselho de Cidadãos Honorários de Porto Alegre, Sr. José Elias Flores. Vamos dar início à entrega do Título Honorífico de Cidadão de Porto alegre ao Sr. Ruy Carlos Ostermann.

Convidamos a todos para cantarmos o Hino Nacional.

 

(É executado o Hino Nacional.)   

 

Esta é uma tarde muito especial para nós da Câmara de Vereadores. Nós, que representamos a sociedade porto-alegrense, estamos jubilosos por recebermos hoje o grande amigo Ruy Carlos Ostermann, amigo da Cidade de Porto Alegre e dos Srs. Vereadores, e que, hoje, recebe o Título de Cidadão de Porto Alegre. Nós, que somos representantes públicos, estamos recebendo, hoje, aqui, um representante daquilo que conhecemos de melhor na nossa sociedade, pela sua cultura, pelo seu poder de comunicação e por tantos outros atributos que o fizeram merecedor desse reconhecimento que será dado por esta Câmara, que representa toda a nossa Cidade. Penso que esta é uma das justiças maiores que já fizemos aqui, reconhecendo o trabalho de Ruy Carlos Ostermann. Tenho certeza de que, para todos nós, é um motivo de satisfação podermos estar nesta Casa, que fica mais iluminada, recebendo essa grande autoridade no campo da comunicação. Tenho certeza de que os oradores vão saber descrever com perfeição algumas das suas muitas qualidades - porque descrever todas elas seria impossível - que o fizeram merecedor da homenagem que hoje ele  recebe.

O Ver. Fernando Záchia, proponente desta homenagem, está com a palavra e fala em nome do PPS.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa.) Senhores e Senhoras, é com muita satisfação que estou aqui quando a Cidade de Porto Alegre faz esta justa homenagem ao cidadão que nasceu em São Leopoldo, este homem que escolheu Porto Alegre para aqui viver e desenvolver a sua atividade profissional como professor, jornalista, político, amigo.

Particularmente, tenho uma passagem com o Ruy. Em 1991, quando convidado pelo amigo Ibsen Pinheiro para que ingressasse no meu partido, o PMDB - e, naquela ocasião, ainda desenvolvia a atividade de Vice-Presidente do Internacional -, uma das primeiras pessoas que procurei foi o Ruy, porque era um homem do meu Partido, que também convivia com essa relação do futebol e tínhamos uma relação naquelas viagens, o Ruy cumprindo a sua tarefa profissional pela Rádio Gaúcha, e eu fazendo a atividade de dirigente de futebol e conversei com o Ruy sobre a política. Naquele tempo, vivíamos momentos difíceis no Brasil, se falava em impeachment; eram  momentos difíceis quanto à imagem do político. O Ruy, até porque tinha tido a experiência de parlamentar brilhante na Assembléia Legislativa e como Secretário de Educação e Secretário de Ciências e Tecnologia, era um homem que permanentemente fazia política, me incentivou. Disse para eu ir por ser uma atividade importante, esta da relação com as pessoas e com a cidade. Para mim, esse conselho foi importante, porque tu fostes uma das poucas pessoas que eu procurei. O Ruy me passava aquela  credibilidade, aquele carinho de uma pessoa amiga, mesmo não sendo uma pessoa próxima, a credibilidade daquele jornalista, que é o Ruy no dia-a-dia.

E, hoje, quando vinha para esta homenagem, fui procurado por uma pessoa querida, amiga de meu pai, que está lá, que me dizia: “Vim hoje para dar um abraço no Ruy. Ele não me conhece, mas eu conheço o Ruy diariamente: eu leio o Ruy e escuto o Ruy.” Essa é a relação de Porto Alegre com o Ruy. É uma pessoa que nós - colorados -  e os outros - gremistas - não sabemos se o Ruy é gremista ou colorado. É um comentarista que fala diariamente também de futebol, sem passar para os ouvintes e leitores se é colorado ou gremista. Essa é uma capacidade que poucos têm, capacidade de mostrar isenção em todos os seus atos, em toda a sua conduta.

Então, fico extremamente feliz com aquele homem que dirigiu a “Folha da Manhã” em momentos muito difíceis que vivia o jornalismo do Brasil. Aquele homem que contribuiu para a “Zero Hora”, para a RBS , e contribuiu para que esse projeto da RBS  crescesse e se solidificasse. Este homem que teve uma atividade parlamentar, que soube passar pela política sem que alguém pudesse falar absolutamente nada contra o Ruy. Este é o homem que, cada vez mais, identifica-se com a cidade que escolheu para viver, é o homem que tem a cara da Cidade de Porto Alegre.

E hoje eu lia, como faço diariamente, a sua coluna e, quando o Ruy falava o que sentia com relação ao título de Cidadão, ele dizia que esse título acrescenta, enobrece e o compromete mais ainda com as pessoas e com a cidade onde ele vive. Eu diria, Ruy, que o título acrescenta, enobrece e compromete mais ainda a Cidade de Porto Alegre com este novo Cidadão de Porto Alegre: Ruy Carlos Ostermann. Parabéns.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra e falará pelo PFL.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) É evidente que a Cidade de Porto Alegre, aqui representada por todas as correntes de opinião pública, se sente extremamente engalanada, no dia de hoje, ao outorgar, de forma definitiva, a cidadania ao ilustre Professor Ruy Carlos Ostermann. Não fora as qualidades pessoais do ilustre homenageado, só a circunstância de ele ser uma pessoa extremamente identificada com o invisível de Porto Alegre já seria credencial suficiente para justificar o pleno acerto do Ver. Fernando Záchia quando, em momento inspirado, propôs a concessão desse Título, no que foi acompanhado pela integralidade da Casa, que, de forma unânime, se curvou ante as qualidades pessoais do nosso homenageado.

Antes de ocupar esta tribuna, eu discutia com o meu particular amigo Túlio Macedo as qualidades pessoais de Ruy Carlos Ostermann. Na verdade, alguém que é, a um só tempo, professor, jornalista, radialista, homem de comunicações, deputado estadual, Secretário de Estado e escritor é uma fértil gama de informações a serem abordadas quando se faz uma saudação as suas qualidades pessoais. Com o Túlio, nós concertamos uma forma de sintetizar, de forma objetiva, as qualidades pessoais do Ruy e percebemos que, na versatilidade e no equilíbrio, estão as duas características que, a nosso juízo, mais destacam Ruy Carlos Ostermann: a versatilidade, a própria enunciação das suas inúmeras atividades já o proclamam; o equilíbrio, faz parte do depoimento do Ver. Fernando Záchia, já manifestado da tribuna. O Ruy, ao longo de todo esse tempo, com muita freqüência, foi chamado, inclusive, pelos grandes veículos de comunicação do centro do País, para participar de jornadas esportivas memoriais que se integraram em solenidades onde eram destacados os vultos do esporte nacional. Em todas as circunstâncias, ainda que, por várias vezes, tenha apresentado posições que, pela sua modernidade e originalidade, transformaram-se em polêmica, nunca suscitou o descrédito, nunca suscitou a discórdia, nunca recebeu a impugnação de quem quer que fosse em função da atividade que desenvolve, na sua mais marcante atividade de comentarista esportivo. O próprio Záchia reconhecia há pouco, e o fazia do alto da sua autoridade de colorado, o que eu e o Túlio Macedo podemos fazer como tricolores que somos, integrantes do Conselho Deliberativo do Grêmio. Naturalmente que estas características, num Estado como o Rio Grande do Sul, numa Cidade como Porto Alegre, devem ser devidamente dimensionados porque nós sabemos claramente que, no Rio Grande, desde os tempos de antanho, o maniqueísmo sempre foi uma característica, aqui nós sempre fomos chimangos ou maragatos, federalistas ou republicanos, colorados ou tricolores, mas sempre tivemos duas posições muito antagônicas que nem mesmo o Zéquinha e o Cruzeiro conseguiram atenuar nesta Cidade. Neste estado de antagonismo, nesta Cidade em que as pessoas, maniqueisticamente, sempre se posicionam pelo azul ou pelo vermelho, o Ruy passou sobranceiro, sempre tranqüilo, isento, de forma a ser respeitado por todos que o admiram em sua função de comentarista esportivo e, sobretudo, na sua condição de homem de comunicação que se impôs ao respeito e consideração dos seus ouvintes pela forma absolutamente moderna, inteligente, sutil, equilibrada e versátil com que sempre se apresentou. Por isso o Partido da Frente Liberal, a quem represento nesta Casa, se irmana às homenagens que Porto Alegre presta, neste dia, a Ruy Carlos Ostermann, e o faz de forma expressa, dizendo: “Ruy, o PFL reconhece tua competência”. Nós, liberais, sempre sustentamos que a vida tem que premiar os competentes. Hoje, de forma modesta, Porto Alegre premeia a competência com que tu exerces tuas atividades nesta Cidade, e o faz porque o mérito tem que ser reconhecido e proclamado. E o mérito do equilíbrio e da versatilidade de Ruy Carlos Ostermann é reconhecido por toda a Cidade de Porto Alegre que, com muito orgulho, passa a tê-lo na sua galeria de cidadãos.

Muito obrigado, Ruy. Tenho certeza de que teu exemplo de competência, de responsabilidade profissional e, sobretudo, a forma inteligente com que desenvolves tua profissão, haverá de ser exemplarmente transferido às gerações que, durante muito tempo, haverão de ter em Ruy Carlos Ostermann o seu paladino e o exemplo a ser seguido.

Siga assim porque Porto Alegre, honradamente, te reconhece como um filho ilustre, que o adota, porque antes tu adotaste esta Cidade que, em reconhecimento, pelos seus Vereadores, te outorgam esse Título. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE:  Pela Bancada do PT, tem a palavra o Ver. Adeli Sell.

 

O SR. ADELI SELL: (Saúde os componentes da Mesa.) Falo em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores. Se a minha fala não tiver o peso, a determinação de doze vozes, de doze Vereadores do PT, pode ter certeza, meu caro Ruy Carlos Ostermann, que o problema é meu e não da Bancada do PT.

Conheci Ruy Carlos Ostermann há muito tempo pelas ondas do rádio. Admirei sua determinação de jornalista na “Folha da Manhã”. Acompanhei e acompanho sua trajetória política de homem público. Acompanho sua atividade no rádio, na televisão, no jornal, e também conheço sua capacidade de expor a História e, fundamentalmente, admiro suas posições filosóficas e a maneira como nos faz pensar, a nós e a cada cidadão comum que o ouve e que o lê. Também quero dizer àqueles que recebem um título de Cidadão de Porto Alegre que eu tenho a mania de fazer algumas cobranças pelo título. O Senhor merece o título mais do que ninguém. E, em boa hora, o Ver. Fernando Záchia propõe o título e nós todos o confirmamos. Agora, a cobrança que eu faço é que o Senhor continue a divulgar a nossa Cidade pelo Rio Grande do Sul, chamando os brasileiros, e por todos os lugares do mundo por onde passar, para que olhem para Porto Alegre, para que venham a Porto Alegre, para que admirem a Cidade que lhe deu o título, porque o Senhor que veio de fora recebe esta homenagem. E assim como eu, e como muitos que não nasceram em Porto Alegre, o Senhor veio e ficou amparado por esta Cidade e seus cidadãos. Eu tenho certeza de que todos aqueles que o Senhor chamar a Porto Alegre para divulgar a nossa Cidade podem não receber um título igual ao seu, mas vão ficar honrados em conhecer a nossa Cidade. E nós nos orgulhamos, enquanto cidadãos desta Cidade, de lhe conceder hoje este título. Muito obrigado. (Palmas.)

 

 (Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra para falar em nome da Bancada do PPB.   

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: (Saúda os componentes da Mesa e demais convidados.) A Câmara Municipal de Porto Alegre, por unanimidade, em Sessão Plenária, resolveu dar o Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. Ruy Carlos Ostermann, por uma proposição do Ver. Fernando Záchia. E eu não poderia deixar de saudar o antigo companheiro, o adversário político, Ruy Carlos Ostermann, hoje, distinguido com esta honraria pela nossa Câmara Municipal.

Num retrospecto, permita-me que o faça rápido: lembro-me do companheiro da Assembléia Legislativa. Ótimos tempos, onde, por vários anos, mantivemos acirrados debates - vejo que V. Exa. se lembra - inúmeras concordâncias nas buscas políticas das convergências. Encontrava-me no PDS - o glorioso PDS; o nosso homenageado no PMDB - também glorioso. Quiseram as coisas do destino que o Jornalista e o Vereador se aproximassem, hoje, com ideais políticos - por que não dizer? - embora em partidos diferentes. Coisas da política, tão imprevisíveis que o sábio Tancredo Neves dizia, ao filosofar: “Isso é o firmamento político. É assim como as nuvens, erguemos os olhos e vemos um aspecto; baixamos para olhar, outra vez, o mesmo firmamento, e já ele tem outra formação.” Nunca pude me esquecer dessa afirmação de Tancredo.

Por quantas e quantas tardes e manhãs nos enfrentamos calorosamente, levados por idéias contrárias que, hoje, estão aproximadas?! Coisas da política! V. Exa. podia prever esta metamorfose? Creio que não. É praticamente impossível. E afirmamos, desvencilhando-nos, sem encontrar explicações: são coisas da política!  Ficaríamos repetindo isso centenas de vezes, sem encontrar uma resposta mais adequada.

Jornalista emérito, várias vezes premiado. Tive a oportunidade de ser dirigido pelo Colega, quando, à frente da Rádio Gaúcha, ocupava o comando da emissora - hoje, tão bem-ocupada pelo nosso Ranzolin -, com um programa dos mais aguerridos do Rio Grande do Sul, às 12 h, como dizia Chico Alves: “Quando os ponteiros do relógio se encontram na metade do dia.” Envolvia personagens expressivas - Daudt, Glênio Peres e eu, Daudt e Peres, nossos queridos e saudosos amigos, hoje ausentes, mas presentes aqui espiritualmente, tenho certeza.

Em 86, o “furacão” do PMDB não nos logrou uma reeleição, e V. Exa., plenamente apoiado pelo Partido e bafejado por aquele vendaval que vinha com o Plano Cruzado, seguiu sua ronda política como deputado. Ocupou cargos nas Secretarias do Estado, nas pastas da Educação e da Ciência e Tecnologia.

Não cabem demoradas retrospecções, prezado Ruy. Acompanho-o, hoje, como jornalista, como cronista, como comentarista, como exímio observador científico, filósofo, crítico penetrante do nosso futebol, invejado até  pela Rede Globo. V. Sa. Está me olhando, mas é verdade. Destaco-o como possuidor de cultura invulgar nas coisas tão importantes do esporte, coisas que, pelos sobressaltos e imprevistos, lhe perturbaram o órgão controlador das jornadas da vida: o coração.

Não vou descer a detalhes; vou contar um segredo. Que fique entre nós e os presentes a esta homenagem: transgrido o Regimento desta Câmara semanalmente por culpa exclusiva de V. Sa. e seus asseclas. Em dois dias da semana, nas segundas e quartas-feiras - todos sabem, pois há seis anos repito essas falhas -, chego neste recinto com atraso de meia hora. A culpa é sua e dos seus cúmplices, um grupo falante parecendo mais uma família de indisciplinados comunicadores. E V. Sa. pretende colocar em forma esse punhado de barulhentos, inteligentes, informados, inconformados e oportunos participantes daquele programa “Sala de Redação”.

É muita petulância: pensei em propor  à Rádio - ao Ranzolin - que inicie às 12h30min e que termine às 13h30min essa tal “Sala de Redação” onde, entre impropérios e ternura, tudo pode acontecer, e sem script possam eles falar até em futebol.

Saiba V. Sa. que só chego a esta Casa, quando, às 13h55min, uma voz se antecipa, e já meio desmaiada e cansada diz com gravidade, depois de arrastar um comercial: “Tenham todos uma boa-tarde.” Essa é a sua voz.

E com esta fidelidade, verdadeiramente transgressora deste Regimento da Câmara, me subscrevo com admiração. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Quero anunciar a presença do ex-Vereador Kenny Braga, também integrante do Sala de Redação, nesta homenagem que está sendo prestada a Ruy Carlos Ostermann por toda a Cidade, representada por este título que ele está recebendo.

Quero anunciar, como extensão da Mesa: Sra. Margarete Moraes, Secretária Municipal da Cultura; Sra. Dione Dick Vasconcelos, representante da Secretaria de Ciência e Tecnologia: Jornalista Mário Emílio de Menezes, representante da ARI; Sra. Iara Wortmann, Conselheira do Conselho Nacional de Educação; Sr. Gil Soares Almeida, Diretor-Presidente da CORAG, Cia. Rio-Grandense de Artes Gráficas; Sr. Carlos Keller, representante do Presidente do Grêmio Futebol Porto-Alegrense; Sr. Antônio Dias de Melo, representante da Associação do Comércio do Mercado Público de Porto Alegre; Sr. Milton Gehrke, representante do Sindicato das Escolas Particulares; Sr. José Vieira da Cunha, Presidente da TVE; Sr. João Garcia, Presidente da Associação dos Cronistas; Sr. José Aroldo Loureiro Gomes, Diretor do Departamento de Desporto da Secretaria Estadual de Educação; colegas e amigos do homenageado.

O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Profa. Nilse, há uns 13 ou 14 anos eu estava trabalhando no meu consultório e caiu um prospecto no chão. Era um anúncio de um curso sobre utopias, na Faculdade de Filosofia. Lá eu aprendi que a utopia não é uma coisa inalcançável; é apenas uma crítica à nossa vida, à nossa realidade. Talvez essa seja a forma mais interessante de eu saudar esse casal de educadores, Ruy e Nilse.

Caríssimo Ruy, aquela estradinha de concreto, estreitíssima, com acostamento bilateral de pedras irregulares, era a mata sendo desvirginada por aquela pretensiosa rodovia; ou o antigo carro-motor na via férrea; ou, ainda, um barquinho navegando pelo Rio dos Sinos, quem sabe, até chegar ao estuário. Cada um deles poderia ter trazido, de São Leopoldo até Porto Alegre, um jovem que arriscava a sorte na filosofia do jornalismo.

Abraçava o que de mais sedutor pode ter um homem urbano: o pão de cada dia ganho ao fazer aquilo que mais gostava. A natureza também colaborou com a chamada voz microfônica, associada a uma privilegiada gama de conhecimentos, armazenada pelo labor universitário, pelo compromisso com o dia-a-dia pedagógico, no secundário, nos cursinhos, na Universidade, nas comunicações tão vertiginosa e instantaneamente crescentes, conseguiu, aos poucos, já no início, plasmar um estilo tão marcante e tão carismático que até o André Damasceno “deita e rola”.

Hoje há uma unanimidade: o melhor comentarista, a melhor crônica, a expressão pictórica na sintaxe, a mais real fantasia descritiva do belo-arte do nosso futebol, está no Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, aqui entre nós.

Uma crônica, senhores, não é somente um texto jornalístico reduzido a uma forma livre e pessoal, e que, como não aborda só temas, fatos ou idéias da atualidade, ou só possui teor artístico, político ou esportivo; uma crônica está muito próxima da divinização do humano. Uma crônica tem musicalidade. As crônicas, como os instrumentos, têm timbre. Uma crônica tem essa musicalidade indispensável e um tom só encontrado nos acordes finais  do fim do inverno das “Quatro Estações”, de Vivaldi. É a decodificação do corriqueiro, quando a entrelinha vale muito mais do que a linha explícita, do que o sorriso maroto de um leitor, do que a lágrima que corre franca em aluvião por amor, por despeito, por saudade. É a crônica toda a humanidade do “homo sapiens”, do “homo faber” e, no próximo milênio, do “homo lúdicus”.

Como está na moda, sou obrigado a suplicar: cuidado com a dose de coração nas crônicas, nos comentários. Seu excesso exige pontes de safena, de mamárias para atravessar a perigosa correnteza das emoções, do “stress”, dos exageros  pantagruélicos, ou de um radinho de pilha contando, no “intermezzo” de uma partida, a realidade vista de um ângulo, de uma só pessoa, o comentarista, com o detalhe que só os poetas, só os que manuseiam a ternura podem entender. A ternura de um bêbado a andar pelas coréias dos estádios, apaixonado por uma camisa, por um time, quase em coma alcoólico, que se não vislumbra a vitória do seu time, entende a completa desorganização da massa enlouquecida, no orgasmo máximo, paroxístico, do gol. Se o comentarista é mesmo comentarista, vai ouvir, nas madrugadas dos campos orvalhados, vazios, o farfalhar de uma bola a rolar no carpete natural, perfeito e, de fundo, o bater de um coração. Mas, cuidado com o coração. Se ouvi-lo, somente ouvir já é meio caminho para falar, e aí, falar é ouro. Ouro de ter entre nós, falando, apenas admitindo ter nascido aqui pertinho. Tão perto, que possessivamente, hoje o adotamos. Porto Alegre finge que é satélite, situa-se na grande São Leopoldo, e de ti se adona. Definitivamente. Orgulhosamente, não só como o melhor comentarista esportivo do Brasil, do mundo, da galáxia, mas de Ruy Carlos Ostermann, o jornalista, o professor, o homem que consegue, todos os dias, Ranzolin, a proeza de gargalhar e sair vivo do “Sala de Redação”.

 

O SR.   PRESIDENTE:  O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa.) Eu não resisti ao desejo de falar aqui. Não estava no script. Estou apressado no estresse que aflige a vida do jornalista, do homem público. Tenho agora em minha agenda o lançamento de uma obra aqui na Câmara, no Memorial Adel Carvalho, que lança a obra: “A Imigração Judaica no Rio Grande do Sul¨. Concomitantemente, havia este evento. Há poucos instantes, chamaram-me para aquele local, mas não resisti fazer algumas manifestações e prometo que serei breve, parodiando um dos seus filósofos preferidos que é Ortega Y Gasset que dizia que a clareza é a cortesia do filósofo. Eu digo que a rapidez no seu discurso é a cortesia do político. Serei breve. É óbvio que não farei aqui o mesmo que fez Werner Becker, quando homenageou a Rádio Gaúcha aqui, com a sua dicção que lhe é peculiar, ele pegou um texto que continha 60 folhas e leu todas as datas da história dessa Rádio. O Ranzolin certamente lembra desse episódio que ocorreu aqui.

Esse negócio de título de cidadão de Porto Alegre é muito complicado. Houve uma época em que era secreto. Digo isso, porque nesta Sessão, com esse público aqui, eles querem saber o que há de diferente. Eles querem descobrir aquilo que há ali embaixo. Digo isso, porque o Ruy é uma unanimidade, todos o admiram, e até em uma votação secreta penso que ele faria os 33 votos, mas a votação antigamente era secreta, agora é aberta. Esse negócio de votação secreta - não é, Fortunati? -, nos prega cada peça! Na época da votação secreta, tínhamos um sádico, porque os caras não votavam. Não existe paralelo, mas o título do Professor foi apresentado no momento em que estávamos tratando do título que seria dado ou não ao João Pedro Stédile, e eu pedi a renovação de votação e foi tudo muito confuso. Mas, quando era secreto, muitas vezes, o homenageado não atingia os vinte e dois votos e, às vezes, as pessoas não votavam contra o homenageado; às vezes eram questiúnculas existentes nas Bancadas, entre os Vereadores, e grandes injustiças ocorreram, como a do Falcão e a do Irmão Otão. Mas sempre havia alguém, na Mesa, que ficava secando o negócio com um certo sadismo. Não preciso dizer quem era, só podia ser um personagem do Sala de Redação que era Vereador, o Paulo Santana, que ficava secando para ver se o cidadão conseguia os 2/3 dos votos.

O Senhor aqui, voto secreto ou não, receberia a unanimidade, porque o Senhor é uma figura que ganhou a Cidade com esse seu estilo trabalhador.

Há pouco, estava o Diretor-Presidente do grupo RBS na Casa - chegou às 16h45min - e o Pujol disse que a Sessão iria atrasar um pouco porque o Ruy estava acabando o programa, que termina às 17horas. “A Sessão vai começar às 17h30min.” O Presidente olhou com satisfação ao saber que o seu funcionário, nem no dia de sua homenagem,  deixou de cumprir rigorosamente o seu horário de trabalho. Esse é o perfil do nosso homenageado. Perdoem-me os esgrimistas da palavra - e aqui só tem  comentarista, é uma temeridade fazer qualquer consideração, porque estou sob o crivo da crítica mais crítica e aguda que se possa fazer sobre cada um dos discursos que aqui se estabelece. O Professor foi quem introduziu os conceitos, as categorias filosóficas na avaliação, naquele debate, no debate da vida que se estabelece dentro do campo de futebol, dos 11 contra 11; é um juiz, ali, administrando aquela controvérsia. O Professor é esta figura que hoje estamos homenageando que, merecidamente, por todas as razões que os meus colegas aqui colocaram, realmente merece o reconhecimento de direito porque de fato, ele já era cidadão desta Cidade de Porto Alegre. Hoje, nesta Sessão Solene, estamos consagrando apenas aquilo que já de fato existia, a sua condição de cidadão de Porto Alegre, deste homem que introduziu os conceitos, essas categorias no comentário do contexto da vida esportiva e das contribuições enormes que deu para a vida cultural, para a vida esportiva, para a vida política da nossa Cidade e do nosso Estado.      

Professor, as nossas homenagens e receba a nossa admiração, o nosso carinho - da Bancada do PDT nesta Casa - por este dia importante, no momento em que, juntamente, um outro personagem ganha o Título de Cidadão de Porto Alegre: aquele que subiu em uma árvore para impedir que aquela árvore fosse derrubada como um símbolo de uma década em defesa da preservação do meio ambiente. É, juntamente com esse personagem, Professor, que hoje o Senhor é distinguido e é homenageado. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Está com a palavra, para falar em nome da Bancada do PSB, o Ver. Carlos Garcia.

 

O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Primeiramente, em nome do Partido Socialista Brasileiro, em meu nome e em nome do Ver. Hélio Corbellini, gostaríamos de saudar o Ver. Fernando Záchia por ter tido a feliz idéia de homenagear o Professor Ruy Carlos Ostermann, porque realmente ele não é um homem só da Cidade de Porto Alegre; ele é um homem do nosso Estado.

Ruy, vou te chamar hoje de professor, porque eu sempre digo que, aqui na Câmara, eu estou Vereador, mas eu sou professor. Temos algumas similaridades, porque sou professor de Educação Física, e tu foste uma pessoa que, durante toda a tua vida,  valorizou e muito o esporte e conseguiste dar uma terminologia mais adequada e correta a uma visão que nós, professores de Educação Física, temos. Eu sei que é uma preocupação do João Garcia, na ASSEG, também, de levar essa formação.

Mas falar deste homem, Ruy Carlos Ostermann, de múltiplas facetas, filósofo, jornalista, radialista, comentarista, escritor, político, um homem que desempenhou funções de deputado estadual, secretário em duas pastas, é muito difícil, porque ele realmente deu-nos uma visão de mundo muito grande. E quem lucrou com isso, e tem lucrado cada vez mais, somos nós - cidadãos de Porto Alegre, cidadãos deste Estado. Porque, Prof. Ruy, sempre foste uma pessoa que se posicionou, que nunca teve medo de colocar suas idéias, e isso é muito importante. Então, no dia-a-dia, as pessoas têm uma empatia, uma proximidade, porque o Prof. Ruy é uma pessoa familiar, é alguém que invade a nossa casa e nós o acolhemos; na televisão e no rádio, nós temos o poder de desligar ou mudar o canal, mas, cada vez que vemos o Prof. Ruy, nós o acolhemos, porque, além do comentário, ele sempre tem uma mensagem de vida.

Queremos fazer um registro que o Ver. Clovis Ilgenfritz solicitou, mandando um abraço dos companheiros do “Veludo”. Disse-me o Ver. Clovis Ilgenfritz que o Ruy  joga futebol e que foi um grande jogador - o Ver. Clovis estava dizendo aos companheiros - do Praia do Veludo. Mas, Ruy, nós realmente não vamos nos estender. Eu, durante uma época, trabalhei 23 anos na SETE, só saí para assumir aqui, numa época, quando tu foste Secretário de Educação, eu era Presidente da SETE, e nós tivemos uma grata satisfação, porque conseguimos ver aquele homem de desporto assumindo a Pasta da Educação, tendo realmente uma visão do que é Educação e de como deveria ser a Educação Física em nível estadual e tu muito ajudou a SETE, naquela oportunidade. Para finalizar, Professor Ruy, só pedimos uma coisa: cuida cada vez mais da tua saúde, porque tenho certeza de que, quando tu ficaste doente, fizeste uma profunda reflexão de vida e é em cima disso que nós, cidadãos de Porto Alegre, esperamos que essas reflexões continuem cada vez mais em nossos corações. Em nome do PSB muito obrigado e parabéns.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE:  A Vera. Clênia Maranhão está com a palavra pela Bancada do PMDB.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: (Saúda os integrantes da Mesa.) Porto-alegrenses, amigos do Professor Ostermann, que nos dá a alegria de compartilhar conosco a homenagem desta tarde. Antes de falar neste ato eu pensava como é que uma pessoa pode falar em uma homenagem ao Professor Ruy Ostermann e, portanto, falar diante dele sem se sentir inibido, um pouco inseguro. Apenas, de lembrar o brilhantismo do Professor Ostermann, ficamos imaginando o quanto deve ser aguçado o seu espírito crítico e o quanto devem ser apurados os seus ouvidos para os discursos alheios. Portanto, de início achei que seria mais prático deixar apenas o Ver. Záchia, proponente desta homenagem, falar em nome da nossa Bancada, depois, eu me deixei levar pelo desejo de, neste ato, expressar a minha admiração pelo Professor Ruy Carlos Ostermann, a minha admiração pela sua história, por seu trabalho. Assim, decidi compartilhar da decisão unânime da Câmara Municipal de Porto Alegre de homenageá-lo nesta tarde. E quando eu estava me sentindo quase segura para falar em sua frente, comentando com meus filhos adolescentes, Carlos e Leonardo, a decisão desta Casa, eles, disciplinadíssimos ouvintes de todos os debates futebolísticos das rádios e televisões deste país a que temos acesso no Rio Grande, ensinaram-me mais algumas coisas sobre o Professor Ruy. O Professor, o Deputado, o Secretário de Ciência e Tecnologia, o Filósofo, o Secretário de Educação, na avaliação deles e de todos os jovens que acompanham o futebol no Brasil, é também o maior comentarista brasileiro de futebol. E me diziam para eu não falar isso aqui, porque deve haver muitos outros comentaristas em um Estado que, segundo também eles me ensinaram, centraliza os melhores comentaristas esportivos do Brasil.

Então, lembrei-me - novamente, para sentir-me segura ao falar neste ato - das intervenções que acompanho do Professor Comentarista no “Sala de Redação”. Se em meio àqueles comentários, “marqueteiramente” articulados para serem machistas, competentemente formulados para serem assim, o Professor Ruy, durante anos a fio, fala com uma precisão, como se estivesse em cima de um fio de navalha, sem dar um deslize ideológico sequer, eu fiquei imaginando que ele seria extremamente benevolente em suas análises. E olhe, Professor, eu tenho um ouvido feminista treinado há anos na luta da defesa da igualdade dos direitos da mulher. Fiquei pensando o que será que faz o Professor Ruy, discutindo daquela forma todos os dias, permanecer com esta coerência em seu discurso que seguramente se  reflete em sua vida? Concluí que deve haver duas causas para que o Senhor seja assim: primeiro, deve ser a influência da professora Nilse; segundo, deve ser porque, além de todos os atributos citados, tem uma coisa que rege a sua prática e a sua vida, que é o seu conceito de cidadania. E isso me levou a reler uma frase sua, que gravei com muita atenção, que diz: “Se eu pudesse, por mágica ou forte inspiração, ser definitivamente criança outra vez, gostaria de ter um professor que me fizesse um cidadão quando grande. Professor Ruy Carlos Ostermann.” Muito obrigada. (Palmas.)

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Vera. Sônia Santos esta com a palavra para falar em nome da Bancada do PTB.

 

A SRA. SÔNIA SANTOS: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Walt Whitman diz: “Infinito desdobrar de palavras antigas, minha é a palavra da modernidade.” Há pessoas que têm o dom de dar vida à pintura, à escultura ou à música; outras, mais raras porém, têm o dom de dar vida às palavras. Palavras que deixam de ser um amontoado de letras e passam a existir. E onde quer que essas pessoas atuem, elas vão fazer isso  com as palavras.”

E o Senhor, Professor Ruy Carlos Ostermann, é uma dessas pessoas; tem o estilo todo seu, singular, de falar entre vírgulas; de fazer com que um simples fato futebolístico se transforme num evento. O Professor Ruy consegue fazer com que aquelas pessoas que o estão lendo, e/ou ouvindo, vivam e sintam aquilo que aconteceu. O Senhor é uma dessas pessoas que usam as palavras de uma forma mágica, e  toca o coração de todos.

Hoje, Professor, todos nós, de coração, o homenageamos. Homenageamos o homem da cultura no esporte, o homem das artes, da literatura, da boa mesa, do bom vinho, da finesse.

Esta Cidade, hoje, Professor, o homenageia; a cidade que o acolheu, que o abraçou, que cresceu: a cidade de Porto Alegre - que têm os filhos seus, aqueles que tenham aqui nascido, ou que para cá tenham vindo - tem um tributo a lhe fazer, porque o Senhor e todos nós fazemos com que esta cidade fique cada vez mais bela, mais rica e mais alegre. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE:  Hoje, esta Câmara, realmente, vive uma tarde/noite muito especial, porque, se, agora, estamos aqui numa homenagem a Rui Carlos Ostermann, o meu amigo, Vice-Presidente, desta Casa, Ver. Clovis Ilgenfritz,  prepara-se para sair em direção à Universidade Federal do Rio Grande do Sul, onde na Faculdade de Direito estará presidindo a Sessão Solene que irá homenagear com um título de Cidadania ao Professor Carlos Dayrell, num Projeto que teve a assinatura do Ver. Gerson Almeida.

Solicitei ao Ver. Clovis Ilgenfritz  que proceda à entrega de uma Coleção de Fotografias de Porto Alegre e de todo o Rio Grande do Sul ao nosso homenageado, Rui Carlos Ostermann. (Palmas.)

 

(Procede-se à entrega da Coleção de Fotografias.)

 

Convidamos o autor do Projeto que deu origem a esta homenagem, Ver. Fernando Záchia, para fazer a entrega do título de Cidadão de Porto Alegre à Ruy Carlos Ostermann.

 

(Procede-se à entrega do título.) (Palmas.)

 

Peço ao nosso Vice-Prefeito, José Fortunati, que faça a  entrega ao nosso homenageado da medalha de Porto Alegre.

 

(Procede-se à entrega da medalha.) (Palmas.)

 

Agora é o momento pelo qual todos estávamos esperando. Todos os oradores foram felizes ao descrever as qualidades de Ruy Carlos Ostermann, mas eu tenho certeza absoluta de que, apesar do brilhantismo dos oradores que representaram esta Casa e que representam a sociedade de Porto Alegre, todos nós queremos ouvir as palavras desse que gostamos de ouvir todos os dias: Ruy Carlos Ostermann. Eu solicito  a ele que ocupe a nossa tribuna.

 

Com a palavra o nosso homenageado, Sr. Ruy Carlos Ostermann.

 

O SR. RUY CARLOS OSTERMANN: (Saúda os componentes da Mesa.) Srs. Vereadores; meus amigos que aqui estão. Não é muito fácil, não. Outro dia pediram-me que falasse de uma época que correspondia, mais ou menos, ao tempo que cheguei aqui, 1958. E a primeira frase que me ocorreu, e não a tirei de lá é a seguinte: o olhar da memória é turvo.

Realmente, gosto de falar, mas que o olhar da memória é turvo, não são apenas palavras; é uma verdade. E a gente mistura muito as coisas.

Passo os olhos por vocês que aqui estão e não me atrevo a nomeá-los, em cada um percebo um traço da minha vida, um episódio significativo da minha existência, uma época que vivi, solidariedades que desenvolvi, amizades que fortaleci, em cada um de vocês; basta olhar.

Poderia citar alguns como exemplo, mas não vou fazer isto, porque se o olhar da memória é turvo, há uma justiça neste caráter turvo da memória. É que ela, finalmente, sabe recobrir todo este espaço afetivo de significado.

Quero agradecer muito as palavras de todos os Vereadores: o Záchia, autor da idéia; Pujol, Adeli, Pedro Américo Leal, Sebenelo, Isaac, Garcia, Clênia e a Sônia. Falaram todos, de todas as Bancadas. E isso me deixa orgulhoso. Não há, aqui, portanto, um protocolo, uma formalidade, houve um gesto informal, aberto, realmente afetivo. E isso me faz bem.

Vocês me tiraram o sono, vocês me perturbaram a noite, vocês me deixaram como um adolescente diante de uma grave decisão e ele não sabe o que fazer. Acordei no meio da noite, e estava ansioso, angustiado e não sabia bem por quê. É evidente que nunca na minha vida eu tive qualquer preocupação em saber o que dizer numa cerimônia. É uma qualidade que tenho desde menino, e não seria isso. O que era, então? Era esse fato singular de que os jornalistas, num determinado dia, são vítimas. O jornalista sempre está em frente de outra pessoa, fala com as outras pessoas e diz das outras pessoas; comenta as outras pessoas, e declara muitas coisas a respeito das outras pessoas. O jornalista é sempre aquele que indaga e que investiga; o jornalista é uma pessoa totalmente objetiva, incapaz de uma subjetividade. Quando ele recai na subjetividade se dirá que ele não chega a ser um bom jornalista.

Hoje vocês inverteram as posições; vocês me colocaram como o entrevistado, como um ser desarmado, diante dos fatos, porque vocês falaram a meu respeito o tempo todo. Eu não pude falar de vocês, não pude fazer perguntas e não pude ser jornalista. Nesse momento me dei conta de um fato singular e importante para mim: é que ali estava o fato de que eu estava assumindo a cidadania de Porto Alegre, que vocês me davam. Naquele momento eu estava sendo objeto da fraternidade de vocês, da solidariedade, da cidadania que vocês transferiam. Naquele momento eu não podia ser mais um jornalista, eu era um sujeito submetido a uma camada de fatos, de palavras, todas demasiadas, porque as pessoas são muito imperfeitas. Nós não nos conhecemos, não somos bem quem somos. E vocês disseram tantas coisas definitivas a meu respeito que até fiquei um pouco assustado, pois sempre tentei, como aprendiz de filósofo que sempre me mantenho, de que a dúvida é uma grande e extraordinária virtude do ser humano. Nunca a certeza; a certeza é imobilizante, passa a outra coisa. A dúvida nos deixa abertos, atentos, e nos deixa mais humildes, mais submissos, mais interessados, mais indagativos. A dúvida sempre foi para mim uma qualidade que o político, que o jornalista, que o homem público, que o homem comum, que o cidadão precisa ter. E vocês disseram coisas definitivas: o Ruy é isso; o Ruy é aquilo, como se de fato eu finalmente tivesse uma identidade definida. Eu, tão inseguro a respeito de mim, tão incerto a respeito das coisas que devo fazer, e que a cada instante, a qualquer momento, fico como fiquei na madrugada de hoje, por culpa de vocês, Srs. Vereadores desta Cidade querida de Porto Alegre, sem sono, angustiado, tenso, nervoso, com dor na barriga, embora nada se passasse pela barriga. Eu queria transferir para vocês, todos os meus amigos que aqui estão, colegas de trabalho, companheiros de Secretaria de Educação, da Ciência e Tecnologia, queridos amigos do tempo em que fui Deputado, amigos de tantos e tantos jornais e redações onde estive, amigos do Veludo, como lembrou o Clovis, que é em Belém, onde jogávamos futebol, que até há pouco tempo se comemorou um aniversário sentido e lindo daqueles tempos. E hoje, quem joga já são nossos netos quase. É uma vergonha, mas a nossa fidelidade ao Veludo permanece intacta. Esta Cidade entrou na minha vida por uma decisão pessoal, e mantive-me nela por uma decisão pessoal. Sempre fiquei satisfeito com as coisas que esta Cidade podia me oferecer: seus vários instrumentos, seus vários equipamentos, as várias possibilidades que ela me oferecia. Senti-me satisfeito com ela. Não sou um homem orgulhoso, pretensioso, nunca quis muito mais do que aquilo que me parece que sou capaz de fazer. Nunca pretendi nada, nunca pedi nada tampouco. Quem me conhece há mais tempo - e há muitos que me conhecem há um bom tempo - sabem que eu nunca pedi coisa alguma. Fui coisas, porque me empurraram para elas. Eu nunca pedi. Se tive mérito em desenvolvê-las, essa é outra questão. Agora, creio que esse traço, esse desprendimento que as pessoas podem ter é um traço que, se é meu, é ótimo; é formidável que eu pudesse tê-lo, mas eu gostaria que todos pudessem tê-lo também. Aqui foi lembrado que eu tive possibilidades de sair de Porto Alegre e de trabalhar em condições profissionais exemplares, talvez incomuns, e eu rejeitei. Muitos amigos me disseram: “Ruy, tu és um louco, tu és um maluco. Não faz uma coisa dessa!”. Depois, fiquei pensando: “Maluco? Não.” Sou uma pessoa sensata, pois são as minhas coisas que eu valorizo e preservo, são as coisas próximas,  é o lugar por onde ando, as ruas por onde transito, os amigos que tenho, os lugares de que gosto. Falta muita coisa? Falta muita coisa. Mas este é o lugar que eu escolhi, este é o lugar que me acolheu, este é o lugar no qual me movimento. Por que vou trocar este por um lugar que é de outras pessoas, que pertence a um outro universo afetivo, onde outras pessoas realizaram, com toda a intensidade, tanto quanto eu quis realizar, a sua vida profissional? Por que eu faria isso? Em nome de quê? De uma exigência súbita? Talvez de uma ganância, de um interesse? E decidi não ir. O meu querido amigo Armando Nogueira nunca entendeu. Há pouco tempo, ele entendeu e me mandou um bilhete muito amável em que dizia: “Meu querido porto-alegrense...” Aí percebi que ele estava, de certa forma, lembrando que, em algum momento, eu já havia feito a eleição que vocês me propõem hoje com tanto orgulho. Isto é, de fato, é um sujeito de Porto Alegre. Um pouco provinciano talvez; um pouco acanhado, quem sabe; sempre meio gaúcho demais. Eu sempre pensei que houvesse um jeito de falar que fosse mais ou menos universal, e a primeira coisa que me dizem nos lugares em que vou é: “Escuta, gaúcho.” O traçado irreprimível na nossa identidade. Mas essas coisas todas me fazem bem. Sou um homem simples, e vocês, nesta tarde, me fizeram crer que eu possa ser uma pessoa especial. Não sou. Sou uma pessoa comum, igual a tantas outras. Talvez o que me distinga é o fato de que sempre fui persistente, sempre mantive-me fazendo as coisas. Quando muitas pessoas  desistiram, eu permaneci; quando muitas pessoas trocaram, eu fiquei; quando muitas pessoas disseram: “não me interessa”, eu disse: “vale a pena”. Esse traçado me orgulha. Não há brilho nele, nem há nada de especial. Não sou um aventureiro, um guerreiro ou  um conquistador; sou uma pessoa comum, mas penso que nisso reside, quem sabe, o elogio que suporto ser dito a meu respeito. Não os outros que vocês usaram tão generosamente, tão abundantemente, até o Cláudio Sebenelo lembrou de uma velha estrada que cortava o  horto florestal, que era por onde a gente chegava a Porto Alegre. Porto Alegre da primeira Coca-Cola que tomei em minha vida, com o meu pai, na Banca 40, do antigo Mercado Público, a primeira Coca-Cola barrigudinha, baixinha, eu achei isso fantástico, estranhíssimo. Era o mundo que estava chegando, via Porto Alegre, para mim, que morava ali adiante em São Leopoldo, onde estão as minhas raízes, lá estavam os meus pais, lá está o meu irmão. Taquara, mais acima. Rio do Meio é onde viveram meus pais e parentes. Certa vez, alguém  fez o maior elogio que poderia fazer para mim, sem saber,  por estar brabo por alguma coisa que eu devo ter dito a ele, um  rapaz jovem como eu que,  naquela época, também era jovem. Então, ele olhou-me  firme e disse: “colono”. Era um elogio, é de onde sou, é o que sou. Penso que, no fundo, de uma certa forma, eu não poderei deixar de ser isso, sabem? Eu, hoje, leio em Francês, em Inglês, gosto do Espanhol, leio bastante, sou interessado e me dedico a muitas coisas, mas, no fundo, eu sou aquele garoto que estava lá e que veio para cá; sou este rapaz que descobriu a Rua da Praia, que morou na Bento Martins. Outro dia, me lembrei da Espaguetolândia, que coisa linda! Do Treviso! Quem tem cabelos brancos há de lembrar bem que Porto Alegre era essa, foi a que fui adotando gradativamente e, hoje, vocês, com um gesto de  extrema generosidade, me fazem passar outorgado por um documento, um Cidadão de Porto Alegre, algo que aumenta a minha cumplicidade, a minha nobreza de cidadão, aumenta a minha responsabilidade, mas apenas autentica aquilo que, há muito tempo atrás, eu havia decidido: este é o meu lugar, esta é a minha Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: É claro que esta Cidade já tem um orgulho enorme  de possuir um homem da estirpe de Ruy Carlos Ostermann, mas, nós, da Câmara Municipal, Ver. Pedro Américo Leal, tínhamos a obrigação de documentar tudo isso, e acredito que o Ver. Fernando Záchia foi muito feliz em nos liderar para que pudéssemos fazer esta homenagem. Nos orgulhamos de termos aqui nesta Casa, entre nós, falando da nossa tribuna, alguém que tem a estatura de Ruy Carlos Ostermann.

Tenho certeza  de que o José Elias Flores que é Presidente do Conselho de Cidadãos Honorários de Porto Alegre está muito feliz porque, imaginem, o membro que ele ganha agora para o seu Conselho. Eu penso que agora o Conselho dos Cidadão se enriqueceu muito com a presença do Ruy Carlos Ostermann. Hoje, temos tantas figuras importantes que recebi da nossa relações públicas o seguinte recado: “Se formos colocar todas as autoridades na Mesa, não haverá mesa suficiente”. Acredito que todos que estão aqui, estão, na verdade, com aquele espírito de homenagear aquele que deve ser homenageado hoje por tudo aquilo que ele representa para a nossa Cidade, que é o nosso querido Ruy Carlos Ostermann. Agora, em uma homenagem a este homem que não é um homem só de Porto Alegre, ele é um homem do Rio Grande do Sul, que orgulha todo o Rio Grande do Sul, não quis sair do Rio Grande do Sul, não quis ir para um ambiente que, talvez. pudesse projetá-lo de uma maneira, até maior, dentro do cenário da comunicação. Preferiu permanecer aqui entre nós, não em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, mas hoje, em Porto Alegre temos esta oportunidade de reconhecê-lo como Cidadão Porto-Alegrense. E agora, homenageamos você, Ruy, com o Hino Rio-Grandense.

 

(É executado o Hino Rio-grandense.)

 

(Encerra-se a Sessão às 19h08min.)

 

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